A insônia sempre vem nessa época do ano, ainda mais quando as situações se apresentam tão parecidas. Insônia que a perturba enquanto não escreve.
Uma semana. O tempo que ainda resta para organizar tudo do lado de cá, virar a chave e ir para o outro. Não para de pensar como tudo se encaixa tão bem, como os sinais são tão perfeitos e as vivências só se completam.
Não há mais espaço para sofrimento, muito menos para conversas fora de hora. A preocupação é totalmente pessoal, sem tempo para deixar os pensamentos tomarem rumos distintos. Rumos que trariam agonia ao momento, agonia à essas vidas. Mas aonde está isso? Passou. Foi-se.
Esperou tanto para respirar como agora.
Entender cada passo, palavra e ação. Não esperar nada em troca. Não pensar em carinho ou briga. Estar presente sabendo que a ausência vem caminhando junto. Cada dia de melhora exclama por um tempo que não existirá.
Mas o que desenha as nuvens dessa cabeça? Que formas apresentam esses pensamentos tão distantes e tão únicos? Eles se descobrirão sós até lá. Ou não. Se descobrirão completos, sem necessidade de um apoio futuro.
Correndo contra o tempo, só enxerga a vontade de viver de novo os dias mais felizes, mais íntimos e mais reveladores. Se conhecer novamente. Mais uma vez experimentar o que surgir, ter poder de decisão. Mais uma vez viver como não se vive. Sobreviver aos dias.
Insônia que não a larga. Essa terra já não é mais sua. Se a soltarem, ela correrá, com os olhos abertos. Por isso está presa, com insônia, esperando o dia. Contando os minutos para o dia. Ainda não sabe qual dos dias... qual dos “8” conta para chegar. Mas conta. Está contando. E vai continuar... até ele chegar.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
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