terça-feira, 15 de abril de 2014

Sotaques, abraços, amores e amigos.

Às vezes esqueço o que é saudade

Acordei com saudade do cheiro, saudade do sol, saudade dos sorrisos.
Saudade das tardes deitada na grama e das pontinhas das folhas arranhando minha pele. Saudade da embriaguez inesperada e das corridas para pegar o metrô no começo da madrugada. Saudade dos silêncios quando eu não conseguia me expressar em outra língua; saudade dos grandes e belos erros da minha vida.
Saudade das viagens e das mais perfeitas companhias, saudade do verão em qualquer lugar do mundo.
Saudade dos amores prolongados e saudade dos casos sempre inacabados. Saudades de algum ponto mais alto da cidade. Saudade da minha velha Montmartre.
Saudade da elegância, da educação e do respeito. Saudade de tudo que era perfeito.
Saudade de me reinventar. Cantar, correr, gritar e me descabelar.
Saudade do cheiro de beco escuro do velho mundo, saudade dos passeios noturnos.

Saudade, só saudade.

Saudade dos aconchegos daquelas noites de saudade.