terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mais uma vez

Só mais um dia.

Acordo com os pensamentos ainda bloqueados, congelados na mesma cena. Aquele momento me envaidece, ele me chama a cada minuto em meus pensamentos. Delicadamente, como não imaginava mais ser possível, me recordo de suas doces e sinceras palavras em meusouvidos. A cabeça ligeiramente virada, os olhos no infinito, os pensamentos muito longe e eu esperando que aquela sinfonia ecoasse para todos os meus sentidos. Tenho o cheiro ainda forte, pensar na sua pele já me esquenta, os gritos ou sussurros ainda próximos... é uma lembrança tão recente e tentadora, mas não consigo alcançá-la. Os desejos me preenchem a cada segundo que passa, oscilando entre improvisos ou cenas há muito já pensadas ou ditas. Pequenos e despretensiosos planos acabam agora em uma só vontade, que quase explode na alegria de ser dividida. Divisão, um bom ato para o momento. Divisão de dores, de carinho, de vontades, de agonias... É uma necessidade para que tudo se torne mais completo. Por que nos fechamos com medo de dividir nossos momentos? Um medo pelo outro, medo de alimentar demais ou de sugar as energias. Por quê? O estomago trava e nós sentimos sozinhos as dores e alegrias, nossa alma nos deixa leves e, de repente, pesados.A presença de um já grita pela do outro. Saudade das risadas espontâneas, dos gritos, do silêncio reprovador. Saudades dos momentos vividos, realmente sentidos na pele e no espírito. Saudades de estar presente e de não se preocupar em pensar nisso. Saudades de tudo que foi nesse tão recente que passou. Saudades, pura e simples, saudades. Mas é só mais um dia, só mais um encontro, só mais uma falta, só, mais uma vez, uma saudade.