segunda-feira, 2 de julho de 2012

Com todo meu amor ausente...

Meu amor ainda está aqui. A diferença agora é que é um amor ausente.

Não há mais sorrisos matinais, cafunés sonolentos, segredos gritados de um fim de semana com saudades daqueles rostinhos. Não há mais cócegas nos intervalos, nem cadarço amarrado em armadilha. Não há mais cobrança por unha feita, troca de olhares, abraços sinceros, bilhetes anônimos no caderno e estalo de beijo no ouvido no meio daquele cochilo. Não há mais mensagem de celular sem assunto, olhares cúmplices nos momentos de prova, risadas que levam ao choro, ciúmes bobos por falta de atenção do amigo. Não há mais a inocência de apelidos carinhosos, espelhos humanos que mostram e sabem bem nossas características, silêncios de compreensão. Não há mais suspiros de plenitude por estar sempre acompanhado, longos almoços imaginando o futuro. Não há mais tapas implicantes, não há mais psicólogos particulares. Não há mais sonhos de adolescentes, não há mais amor de irmão transbordando. Não há mais saídas às escondidas. Não há mais a gente. Nós. Não há mais.

Talvez eu quisesse que ainda houvesse. Meu peito se esvazia quando vem esse momento de saudade. Talvez eu quisesse que ainda houvesse a gente.Vocês. Mas ainda há uma sensação de pertencimento, uma espiada no facebook, uma mensagem desesperada com a esperança de que estaremos em algum lugar próximo e vamos, como que por acaso, nos encontrar. Ainda há lembrança dos olhares, sorrisos, risadas, do calor, do abraço. Ainda há lembrança de quem fomos. Ainda há amor. 

É esse o amor ausente. Amor saudoso, imagens rápidas, que voam e trazem uma doce lembrança.

Com todo meu imaginário,

Quero vocês.